sexta-feira, 1 de março de 2013

A força do sol de verão invadiu a telinha de todos!!!
 Comemoramos o aniversário dessa nossa cidade maravilhosa relembrando uma novela que causou frisson no início dos anos 80, que estreou há 31 anos no horário nobre da TV Globo. Pode-se dizer que foi responsável pela marca do sucesso de um novo padrão entre as tramas da emissora carioca. Era a quarta novela de Manoel Carlos no currículo – ele havia escrito com sucesso “Baila Comigo”, no ano anterior.
  Sol de Verão era uma novela bastante ousada para a sua época, notavelmente foi um sucesso de crítica e de público. Por tratar de temas ainda não recorrentes em novelas, como o dia-a-dia dos deficientes auditivos, mudos e etc. Porém, logo nos primeiros capítulos, os telespectadores já puderam saborear o perfeito texto de Maneco, cheio de emoção e, sempre com uma belo discurso literário. A novela foi um verdadeiro estouro, tendo como principal destaque a intérprete da personagem Rachel, a sempre ótima Irene Ravache, que após sair de um casamento falido, recomeça uma nova fase na vida ao lado da filha, no Rio de Janeiro.

  Entre os destaques da novela, encontra-se a abertura colorida e bronzeada, como sugeria o nome da novela, ao som da música Tô que Tô, de Kleiton & Kledir, interpretada por Simone.
  A química entre Jardel Filho, que deu vida ao mecânico Heitor;  um cinquentão boêmio e bonachão que nunca havia vivido um compromisso sério, e a personagem de Irene Ravache foi perfeita, o que garantiu mais audiência à novela. O sensível trabalho de Tony Ramos como Abel, o surdo-mudo, emocionou todo o país, que mergulhou de cabeça no drama da personagem. Nas escolas, as crianças passaram a reproduzir a linguagem dos surdos-mudos. O jornal O Globo, na época chegou a publicar o alfabeto dos sinais, que também começou a ser distribuído em panfletos nas ruas das grandes cidades.

  O “refresco” de ”Sol de Verão” estava nas tramas paralelas. Os personagens Germano e Flora respectivamente feitos por Helber Rangel e Isabel Ribeiro, representavam as alegrias e tristezas da classe média. O autor firmava ali a marca de seu estilo: a  composição de retratos da vida cotidiana das camadas médias nas grandes cidades.  
 A jovem Clara (Débora Bloch), alegre e cheia de mimos, quando a mãe se separa de seu pai, sua vida muda radicalmente e ela tem dificuldades para lidar com a queda do padrão financeiro de vida.

  Refletindo o sucesso da novela, suas trilhas sonoras venderam como água na época. Da trilha nacional, destacaram-se alguns hits da época, como “Você Não Soube Me Amar” (Blitz),  “Muito Estranho” (Dalto), “Tempos Modernos” (Lulu Santos), “O Melhor Vai Começar” (Guilherme Arantes), “Tendência” (Beth Carvalho), “Coisas de Casal” (Rádio Táxi), “Sumida” (Wando).
 No decorrer da trama, Heitor (Jardel Filho) enfrenta o médico charlatão Hilário (Carlos Kroeber), proprietário do terreno em que mora junto com seu ajudante, o surdo-mudo Abel (Tony Ramos). Ao descobrir que sua mulher, Sofia (Yara Amaral), teve um caso com o pai de Abel, Caetano (Gianfrancesco Guarnieri), Hilário exige que o rapaz seja expulso do casarão.

 Uma das cenas mais comoventes da novela acontece nos capítulos finais: ao descobrirem que são mãe e filho, Sofia (Yara Amaral) e Abel (Tony Ramos) se abraçam, emocionados.
Manoel Carlos fez um comentário sobre “Sol de Verão”:
“- Quando me perguntam qual a novela que eu mais gostei de escrever, eu sempre respondo que é “Sol de verão”. Tanto, que já me ofereci a Globo para escrever um remake da história. Foi em “Sol de verão” que perdi um dos meus melhores amigos: Jardel Filho. Esse fato, obviamente, contribuiu para que a novela ficasse marcada na minha memória e fosse uma das partes mais ricas das minhas lembranças e ele foi um dos meus melhores personagens. O remake pretendo dedicar publicamente à memória desse inesquecível amigo” - lembrou Manoel Carlos.
POR, Vinícius Sylvestre